Oslo tira carros do centro

outubro 22, 2015.

A capital da Noruega é governada por uma aliança entre três partidos: Trabalhista, da Esquerda Socialista e Verde. Numa aposta arriscada com um foco nas eleições de 2019 e enfrentando os protestos dos comerciantes que se acham prejudicados, a administração municipal está executando seu ambicioso projeto de reduzir em 50% as emissões de monóxido de carbono. Para tanto, prevê a proibição do tráfego de carros em todo o centro num prazo de quatro anos, com o que 350 mil veículos deixarão de circular na região nobre da cidade.

O projeto inclui a construção de uma nova rede de ciclovias e pesados investimentos no transporte público. As exceções serão, em horários determinados, veículos de transporte de mercadorias, ônibus e bondes, além de carros transportando pessoas com restrição de mobilidade. A coleta de lixo também obedecerá normas mais rígidas, inclusive de reciclagem para a planta de Klemstrud onde os resíduos são transformados em energia.

É um exemplo cada vez mais seguido pelas grandes cidades europeias. Em Milão, quem deixar o carro em casa recebe um voucher para comprar passagens no transporte público; Madri pretende despoluir o centro da mesma maneira que Oslo até 2020. A capital espanhola da mesma forma que Londres cobram pedágio para circulação na zona central em horários de pico. Copenhagen há mais de 50 anos adota ruas somente para pedestres; Paris não permite a circulação de carros em volta de monumentos como a Torre Eiffel ou a Catedral de Notre Dame; Lisboa tem limitações temporárias para os horários de maior pressão e já proíbe os veículos mais velhos de entrarem na área central.

Diversas cidades, em geral de pequeno porte em países como Bélgica, Holanda e no Reino Unido, há alguns anos eliminaram completamente o fluxo de automóveis, transformando-se em paraísos onde o povo, educadamente, caminha ou anda de bicicleta.

No Brasil os Detrans e DRs se dedicam a aumentar os próprios faturamentos implantando extensas redes de controladores de velocidade (pardais) que geram cada vez mais renda e, indiretamente mais acidentes, além de reforçarem a carga de impostos e taxas que sufoca os orçamentos familiares.

[caption id="attachment_2361" align="alignleft" width="300"]A principal rua de Oslo/Noruega, a Karl Johans Gate com o Castelo Real ao fundo (imagem por Rita de Lange, Fjord Traval Norway) A principal rua de Oslo/Noruega, a Karl Johans Gate com o Castelo Real ao fundo (imagem por Rita de Lange, Fjord Traval Norway)[/caption]

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