Cesta básica a 1,4 milhão na Venezuela

agosto 13, 2017.

Neste mês de julho de 2017 o salário mínimo dos venezuelanos foi aumentado para 97.531 bolívares (era de B$ 40.638 em março). São necessários 15 salários mínimos para comprar uma cesta básica, cujo preço acaba de alcançar a impressionante cifra de B$ 1.443.634 como informa o jornal La Razón de Caracas. São $ 200 mil a mais do que no mês anterior.

Canasta Alimentaria Familiar se ubica en 1.443.634 bolívares en mes de julio

Cidadão venezuelano discute os preços de suas compras (La Razón. Caracas, 07/2017).

A variação anual no preço da cesta foi de 297%, correspondendo à a mais alta em todo o mundo. O ticket-alimentação, fornecido obrigatoriamente por lei aos trabalhadores é de B$ 5.100,00, mas uma refeição custa em média B$ 9.600,00 em casas de comida com padrão básico, o que tornou comum a prática da divisão de uma refeição para duas pessoas.

É possível encontrar alimentos pagando preços de mercado que atualmente são cotados a valores que superam em 10.400% os "preços tabelados" sob controle do governo. Com isso a escassez é inevitável nos mercados públicos. Hoje, há carência aguda nas prateleiras de massas, farinha de trigo, açúcar, manteiga, margarina, leite em pó, óleo de milho, queijos brancos e amarelos, lentilhas, arroz, entre outros produtos.

Em comparação ao mês passado, praticamente todos os produtos sofreram aumentos significativos. Alguns exemplos: 40% para açúcar e sal; 23% cereais e derivados; 17% leite, queijos e ovos; 19% peixes e mariscos; 6% carnes; 10% temperos e maionese.

Outro setor duramente atingido pelos efeitos da inflação desenfreada é o dos medicamentos. Diante da escassez de remédios nas farmácias oficiais ou que vendem produtos disponíveis de produção nacional, várias drogarias ultimamente começaram a ofertar medicamentos importados, mas a preços extorsivos (uma caixa de antihipertensivos, anticonceptivos ou antibióticos custa o equivalente a um salário mínimo). "Antes meus remédios estavam em falta e agora que os consigo são tão caros que não os posso comprar", disse um cliente regular numa farmácia de bairro da capital que necessita adquirir estatinas de modo contínuo para controlar sua hipertensão.

Estima-se em 85% proporção de medicamentos inexistentes, ai se incluindo principalmente aqueles usados para combater diabetes, hipertensão arterial e ocular, problemas de próstata e doenças do sistema nervoso, além dos antibióticos, todos essenciais para quem os necessita.

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