Crise na Petrobrás: repercussões internacionais - Segunda agência reduz a lixo a dívida brasileira (Boletim nº 23, em 16/12/2015)

dezembro 16, 2015.

Fitch downgrades Brazil debt to junk as crisis deepens (Fitch rebaixa dívida brasileira para a categoria “lixo” enquanto a crise se aprofunda)

Em texto publicado nesta 4a. feira, 16/12/2015, a agência Reuters informa que o rebaixamento dos papeis brasileiros à condição de lixo nas finanças internacionais acontece em meio à intensificação de uma crise que ameaça a Petrobrás - principal empresa nacional comprometida por um imenso escândalo de corrupção - e o mandato da presidente Rousseff.

A nota caiu de BBB- para BB+ com viés negativo, ou seja, sinaliza para novo rebaixamento no médio prazo. As causas, sabidamente estruturais, ultimamente têm sido prejudicadas pela sofrível administração imposta pelo governo Dilma ao país. Um dia antes da decisão (já mais do que esperada) da Fitch, o governo enviou ao Congresso uma proposta de redução da meta fiscal dizendo que na prática chegará em 2016 a 0% do PIB e isso na melhor das hipóteses.

Como se sabe, o rebaixamenteo por duas agências de risco (o primeiro foi da Standard & Poor’s) se traduz numa retirada de recursos investidos no Brasil por grandes Fundos internacionais que se afastam quando o país perde o selo de bom pagador de pelo menos 2 das 3 agências. A terceira, a Moody’s, deve ser a próxima a penalizar o Brasil.

Num fim de ano realmente catastrófico para a economia brasileira, uma  consequência imediata prevista pelos analistas é a saída do ministro Joaquim Levy que, à frente da Fazenda, não teve suas propostas apoiadas pela presidente. De maneira geral a população desconfia, com sobradas razões, das "soluções" propostas pelos economistas, sejam eles da equipe de Levy ou não. Cresce no país o temor pela adoção de medidas discricionárias como as fabricadas na época do governo Collor pela sua trágica ministra Zélia Cardoso de Mello e pelos jovens economistas de então.

Veja a seguir os principais pontos contidos na nota da Fitch:

BRASILIA, Dec 16 Fitch Ratings downgraded Brazil government bonds to junk on Wednesday, citing rising concerns about an economic and political crisis that threatens to push President Dilma Rousseff from office and scuttle efforts to close a gaping fiscal deficit.

[caption id="attachment_2571" align="alignright" width="166"] Agência Fitch segue Stndard&Poors e rebaixa nota brasileira Agência Fitch segue Stndard&Poors e rebaixa nota brasileira[/caption]

Fitch downgraded Brazil to BB+ with a negative outlook less than 24 hours after the left-leaning Rousseff moved to loosen next year's budget targets. That undercut her orthodox finance minister, who staked his reputation on an austerity agenda now stalled in Congress.

Brazil's currency and dollar-denominated bonds tumbled amid forced selling after the country's second downgrade to junk in three months, further clouding the outlook for an economy suffering from the sharpest downturn in a quarter-century.

Investors barred from owning junk bonds could dispose of about $20 billion in Brazilian sovereign and corporate debt after two ratings agencies have stripped Brazil of its prized investment grade, analysts at JPMorgan Securities estimated in October.

Fitch said a political crisis had restricted the government's ability to right the economy. Rousseff's opponents have accused her of breaking budget rules and are trying to impeach her, while key allies are threatening to bolt her coalition amid a widening bribery scandal at state-run oil company Petrobras.

Tags: [Crise ecoômica, crise política, Fitch, junk]