Oposição ao chavismo é favorita numa Venezuela em crise

novembro 25, 2015.

No domingo 6 de dezembro o povo venezuelano escolherá em votação direta e universal os 167 novos integrantes da Asamblea Nacional, o parlamento único do país.

De acordo com as pesquisas de intenções de voto, o favoritismo das oposições é indiscutível: a “encuestadora” Venebarómetro dá 40,1% para a Mesa de la Unidad Democrática - MUD – 40,1% e para o Partido Socialista Unido de Venezuela – PSUV, chavista, 24.9%. Para o Instituto Delphos as proporções são de 50% x 25%. Na média das últimas dezesseis pesquisas, realizadas em outubro e novembro, 44,8% votarão na MUD e 27,9% no PSUV, com os demais ainda na categoria de indecisos ou se absterão de votar.

Maduro não para de discursar e de xingar seus adversários, mas a novidade na campanha ficou por conta da divulgação das posições do presidente argentino eleito no domingo passado, Mauricio Macri, que anunciou sua disposição de pedir a suspensão da Venezuela no Mercosul, aplicando-lhe a cláusula de regime não democrático. Es evidente que se debe aplicar la clausula porque las denuncias son claras, contundentes, no son um evento, declarou.

Lilian Tintori, a esposa de Leopoldo López (que continua na prisão em Caracas) estava presente na multidão que comemorava no centro de Buenos Aires a vitória de Macri.

A inflação e a falta de produtos essenciais continuam impondo sacrifícios cada vez maiores à população. Em San Cristóbal, capital do estado andino de Táchira, na fronteira com a Colômbia, até a Central Bolivariana Socialista dos Trabalhadores, como informa o jornal El Nacional, denunciou os governos federal e regional porque “não estão chegando alimentos suficientes aos mercados”. Por determinação do governador, seguindo as normas nacionais, cada pessoa tem direito de fazer compras dois dias por semana com controle pelo número final da carteira de identidade: 1-2 na 2ª. feira; 3-4 na 3ª feira; 5-6 na 4ª. 7-8 na 6ª, ficando o sábado para a segunda chance com as cédulas 1 a 5, e o domingo para as terminações 6 a 0.

Contudo, as reclamações persistem dada a escassez generalizada de produtos. As gôndolas dos supermercados estão vazias (vide foto), sem papel higiênico, toalhas e guardanapos de papel, sabonete, sabão em pó, xampu, carne de gado e de frango, cereais, aveia, óleo vegetal, leite líquido e em pó, maionese, margarina, farinha de trigo, gilete de barbear. Agora, para alguns artigos só é possível comprar uma vez a cada quinze dias e, ainda assim, submetendo-se a três ou quatro horas nas filas que começam de madrugada.

[caption id="attachment_2490" align="alignleft" width="300"]Gôndolas vazias em supermercado de San Cristóbal, capital de Táchira na Venezuela (foto El Nacional, novembro/2015) Gôndolas vazias em supermercado de San Cristóbal, capital de Táchira na Venezuela (foto El Nacional, novembro/2015)[/caption]

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