Ucrânia ocidental e oriental

fevereiro 20, 2015.

Um curioso comentário feito ao site da Foreign Policy pelo Diretor-Executivo da Marshall German Fund's Transatlantic Academy, Stephen Szabo, logo reconhecido pela chanceler alemã Angela Merkel como uma situação real, diz que a Rússia criou uma dinâmica na Ucrânia idêntica à que houve na Alemanha da Guerra Fria quando o país se dividiu em Ocidental e Oriental. Agora há uma Ucrânia ocidental pró-Europa e uma Ucrânia oriental pró-Rússia. "Estamos caminhando para duas Ucrânias", disse Szabo. Enquanto isso, a violência no leste do país prossegue, com desmoralizados soldados enviados por Kiev dispersando-se em fuga pela ainda protegida localidade de Arteminsk após abandonarem a estratégica Debaltseve.

Na pauta do dia está a proposta ucraniana de que uma Força de Paz da ONU atue para fazer valer o acordo de cessar-fogo. "Moscou deve provar seu comprometimento com o acordo aceitando a Força de Paz com apoio do Conselho de Segurança", declarou o embaixador de Kiev em Washington, Olexander Motsyk, desafiando o que denominou de "blefe" de Valdimir Putin.

Em contraposição, nota hoje publicada (20/02/2015) pelo Pravda sob o título "O que traz a guerra para Ucrânia", resume o ponto de vista de Moscou sobre o tema:  "Os russos seguem agora com mais atenção os acontecimentos na Ucrânia: mais de 83% dos entrevistados acompanham as últimas notícias,segundo centro de pesquisas VTsIOM.Metade dos inquiridos (50%) chamou os eventos no país vizinho de guerra civil (40% em outubro). Os russos também são agora mais propensos a caracterizar a situação como genocídio e terror – 17% versus 12% em outubro. Kiev está realizando desde meados de abril uma operação militar para esmagar os independentistas no leste da Ucrânia, que não reconhecem a legitimidade das novas autoridades ucranianas chegadas ao poder em resultado do golpe de Estado ocorrido em fevereiro de 2014 em Kiev. Segundo os últimos dados da ONU, mais de 5.000 civis já foram vítimas deste conflito."

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