Esquerda radical vence na Grécia

janeiro 25, 2015.

Alexis Tsipras, líder do Syriza, partido vencedor das eleições parlamentares gregas de janeiro de 2015Alexis Tsipras será o 1º Ministro da Grécia devido à vitória de seu partido Syriza (Coalizão da Esquerda Radical) nas eleições parlamentares deste domingo. Com quase 36% dos votos deverá obter 148 cadeiras, 3 a menos do que lhe daria a maioria absoluta num parlamento de 300 postos. A Nova Democracia (ND)de Antonio Samarás, atual chefe de governo, ficou 7 pontos atrás com 28,4%, mas este ainda é um resultado parcial e não está descartada a hipótese de que o vencedor obtenha as 151 cadeiras que lhe permitiriam governar sozinho. Caso isso não aconteça será necessária uma aliança, provavelmente com os Gregos Independentes (4,6%) e com o tradicional Pasok (5%). Dificilmente teria o apoio do Partido Comunista Grego (KKE, com 5,3%) ou do centrista To Potami (O Rio, com 5,7% dos votos), e menos ainda do seu adversário, a ND ou dos neonazistas do partido Aurora Dourada (6,4% dos votos).

Na sua formatação atual o Syriza - uma cisão do antigo KKE - é um arranjo entre vários grupamentos mais à esquerda de maoístas, trotzkistas, socialistas, ecologistas, entre outros. Sua vitória se deve ao esgotamento das políticas europeias de austeridade que conduziram a Grécia a uma crise econômica interminável com o patrocínio do FMI e da União Europeia. Os gregos, sentindo-se sufocados e sem esperanças decidiram apostar numa mudança aguda, apesar das negras previsões daqueles que denominam de neoliberais e que até aqui estavam no governo. As ameaças, para estes, são de que Tsipras, um jovem engenheiro civil de 40 anos de idade, poderá chegar aos extremos de confiscar os depósitos bancários, quebrar o país ao declarar moratória e tirá-lo da Eurozona, transformando a Grécia numa nova Coréia do Norte. Nos últimos dias, com o triunfo assegurado, Tsipras moderou seu discurso, dizendo que a única prioridade fundamental é resolver a crise humanitária em que considera estar a Grécia mergulhada, dispondo-=se a discutir com a sociedade as demais medidas que venham a ser necessárias.

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