Os vinhos D.O. da serra gaúcha

novembro 23, 2014.

Neste outubro encerrou-se a coleta de amostras que é o primeiro passo para os vinhos que esperam obter a Denominação de Origem do Vale dos Vinhedos (D.O.V.V.), na serra gaúcha, referente ao ano de 2014. Foram vinte concorrentes das dez vinícolas inscritas que, entre tintos, brancos e espumantes, disponibilizaram para os técnicos, no próprio local da produção, 200 mil litros cujas amostras agora estão sendo submetidas a um minucioso processo de análise para atestar, ou não, a conformidade com as normas estabelecidas pela Aprovale, a Associação dos produtores locais. No mundo, o reconhecimento da Indicação Geográfica (I.G.) seguido pelas respectivas D.Os., tem entre seus mais conhecidos exemplos o mármore de Carrara, o café da Colômbia, a tequila de Vera Cruz no México, os charutos cubanos, o chá do Quênia e de Sri Lanka, o vinho do Porto, o queijo da Serra da Canastra em Portugal, os queijos roquefort e camembert, o champagne, o cognac, os vinhos de Bordeaux, da Borgonha, de Chablis na França. O processo de certificação brasileiro, conduzido pela Aprovale em conjunto com a Embrapa, inicialmente conferiu um atestado de I.G. aos vinhos do Vale dos Vinhedos e, a seguir, às regiões de Pinto Bandeira, Altos Montes e Monte Belo. Ainda em estudo estão as certificações de Farroupilha, da Campanha (fronteira com Uruguai) e Vale do Submédio São Francisco. Num passo adiante no rumo da melhora da qualidade dos seus produtos, em 2010 formalizou-se o “Regulamento de Uso da Denominação de Origem Vale dos Vinhedos”, que estabeleceu regras específicas em relação a: Abrangência geográfica delimitada tanto para a origem das uvas quanto para o processo de produção; Autorização exclusiva dos cultivares cabernet sauvignon, cabernet franc, merlot e tannat para vinhos tintos secos - chardonnay e riesling itálico para brancos secos - chardonnay, riesling itálico e pinot noir para espumantes; Sistema de sustentação apenas em espaldeira (normalmente filas com 2 metros de separação entre si e plantas a 2 m de altura); Produtividade máxima por hectare de 10 toneladas para tintos e brancos e de 12 toneladas para espumantes; Como vinhos varietais são permitidos tintos da uva merlot e brancos da chardonnay, desde que contenham pelo menos 85% dessas cultivares; Em geral, qualquer vinho com D.O produzido deve ter pelo menos 60% de merlot, ou de chardonnay no caso dos brancos e de chardonnay ou pinot noir quanto aos espumantes; Amadurecimento e envelhecimento devem ser exclusivos em barris de carvalho; A chaptalização (adição de açúcar para obter um teor de álcool mais elevado) não é permitida; Para o conservante Anidrido Sulfuroso (SO2) total o limite máximo é de 0,15g/l; Comercialização só pode ser feita após envelhecimento mínimo de 12 meses, contados a partir de 1º de março da respectiva safra. Até o momento (11/2014) os seguintes vinhos ostentam a DO Vale dos Vinhedos:

Vinícola Almaúnica - Almaúnica Reserva Merlot safras 2009 e 2010 Casa Valduga - Chardonnay Gran Reserva safras 2010, 2011 e 2012 Vinícola Dom Cândido - Dom Cândido Merlot 2009 Don Laurindo – Mrlot Reserva 2009 e Chardonnay 2011 Miolo - Cuvée Giuseppe Merlot/Cabernet Sauvigon safras 2009 e 2010; Cuvée Giuseppe Chardonnay safras 2009, 2010, 2011 e 2012; Merlot Terroir safras 2009 e 2011; Espumante Brut Millésime safras 2009 e 2011; Miolo Lote 43 safra 2011 Pizzato - Espumante Brut safras 2009, 2010, 2011 e 2012; Chardonnay safras 2009, 2011 e 2012; Merlot safras 2009 e 2010 Peculiare Vinhos Finos - Merlot safra 2009 e Espumante Brut 2010 Vinícola Terragnolo - Merlot safras 2009 e 2010 Vinícola Cave de Pedra - Espumante Brut Branco 2012

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