Sánchez venceu em El Salvador?

março 10, 2014.

Em El Salvador, Sánchez Cerén, guerrilheiro de primeira hora da Frente Farabundo Marti de Liberación Nacional - FMLN foi uma voz discordante à esquerda na boa administração atual de Mauricio Funes (casado com a militante petista Vanda Pignato), de quem foi vice-presidente. Derrotou Norman Quijano da direitista Arena com margem de 10 pontos percentuais o 1º turno nas eleições presidenciais de 2 de fevereiro último. No entanto deixou esvair-se entre seus dedos tamanha vantagem e no 2º turno, segundo o Tribunal Superior Eleitoral venceu com 50,11% contra 49,89%; vantagem de 5 mil votos num universo de 2.981.654 sufrágios.

O sorriso de Sánchez Cerén da FMLN

A rápida recuperação da Arena teve duas razões: o apoio do 3º colocado, da também direitista Unidad (11,4% no 1º turno) e o péssimo exemplo de Nicolás Maduro. "Se a esquerda vencer, nosso país se transformará numa nova Venezuela" disseram, à exaustão, os marqueteiros da Arena. Depois de dizer que prosseguirá com o programa de governo de Funes, o líder da FMLN fez um apelo ao diálogo com a vaga promessa de "construir uma agenda país" . A Arena aceitou, mas pede a nulidade do pleito. Governos bolivarianos (Equador, Bolívia, Venezuela, Nicarágua) cumprimentaram a Sánchez que deve tomar posse somente em 1º de junho caso o TSE declare firmes os resultados. O jornal salvadorenho El Mundo em editorial deste 14 de março disse que o único caminho é o TSE abrir as urnas num processo transparente e contar tudo de novo ata por ata e voto por voto. Lembrou uma afirmação de J.F. Kennedy: "Pode-se ganhar com a metade, mas não se pode governar com uma metade contra."

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